Hélio Castroneves busca novo desafio na Nascar Daytona 500
Aos 49 anos, o carismático piloto Hélio Castroneves, conhecido por suas quatro vitórias na Indianapolis 500 e três triunfos consecutivos na Rolex 24, se prepara para um novo desafio: a Daytona 500 da NASCAR. A corrida, marcada para fevereiro, representa uma estreia para o piloto brasileiro, que nunca competiu em carros de stock car e cuja experiência em ovais de Daytona se limita a provas da IROC há duas décadas.
A ideia de participar da maior corrida da NASCAR surgiu durante a participação de Castroneves na Superstar Racing Experience (SRX). Don Hawk, CEO da série, prometeu ajudar o piloto a conseguir uma vaga na Daytona 500 caso vencesse uma corrida da SRX, o que aconteceu em 2022. A partir daí, a ideia ganhou força e Castroneves estabeleceu contato com Justin Marks, dono da Trackhouse Racing, equipe conhecida por seu programa Project 91, que abriu portas na NASCAR para pilotos de outras categorias, como Kimi Raikkonen e Shane van Gisbergen.
A busca pelo novo desafio
Castroneves revelou que sempre teve vontade de competir na NASCAR, mas a oportunidade nunca surgiu, nem mesmo quando corria pela Team Penske na IndyCar. “É algo que eu pensava. Sempre quis fazer. Quando corria com a Penske, perguntei sobre isso, mas Roger [Penske] nunca permitiu. Mas agora, finalmente! Você precisa continuar insistindo. Você precisa continuar acreditando que um dia esse sonho se tornará realidade, e aqui estamos nós“, disse o piloto.
Apesar da inexperiência na NASCAR, Castroneves conta com a vivência em algumas provas da IROC no circuito de 2,5 milhas de Daytona no início dos anos 2000. Essa experiência pode ser útil na busca por uma vaga no grid de 40 carros, já que ele precisará disputar as corridas de qualificação em 15 de fevereiro. A tarefa não é fácil, nem mesmo para pilotos experientes. No ano passado, o heptacampeão da NASCAR e bicampeão da Daytona 500, Jimmie Johnson, quase ficou de fora da prova.
A Trackhouse Racing tem experiência em receber pilotos com pouca ou nenhuma experiência na NASCAR. O programa Project 91 busca criar oportunidades para pilotos de diversas categorias competirem na série. “Eles já fizeram isso antes, com pessoas sem experiência alguma, e entendem a situação. Eles estão me guiando. Estão fazendo tudo que podem“, afirmou Castroneves.
Preparação e desafios
A preparação para a Daytona 500 inclui trabalho no simulador, um teste em Talladega e, conforme anunciado recentemente, a participação na corrida de abertura da temporada da ARCA em Daytona. Shane van Gisbergen também seguiu um caminho semelhante para se preparar para a NASCAR em 2024.
“A instalação da Chevrolet é incrível”, comentou Castroneves sobre sua experiência no simulador da marca. “Pude aprender um pouco do vocabulário, trabalhar nos pit stops e na linha dos boxes, todo o processo de qualificação. Foi muito útil.”
O maior desafio para Castroneves, segundo ele mesmo, será a entrada e saída dos boxes. Na NASCAR, não há limitador de velocidade como na IndyCar, e os pilotos precisam controlar a velocidade enquanto navegam pela área, muitas vezes disputada.
O posicionamento nos boxes também será diferente: “Na IndyCar, você estaciona o mais próximo possível do muro por causa do abastecedor. Nos carros da Cup, você precisa ficar um pouco mais longe para que o mecânico possa levantar o carro. Existem alguns macetes”, explicou o piloto.
Com o trabalho no simulador, o teste em Talladega e a corrida na ARCA, Castroneves não chegará totalmente despreparado, mas ainda terá muito a aprender em pouco tempo. “É como quando participei do Dancing with the Stars, eu não tinha ideia do que ia acontecer”, disse ele, que venceu a temporada de 2007 do programa. Caso Castroneves consiga disputar a corrida e vença a Daytona 500, será um feito raro. Apenas dois pilotos conquistaram tanto a Indy 500 quanto a Daytona 500: Mario Andretti, que venceu a Daytona 500 em 1967 e a Indy 500 em 1969, e A.J. Foyt, vencedor da Daytona 500 em 1972 e da Indy 500 quatro vezes ao longo da carreira.
