Filippo Magnini critica tratamento dado a Jannik Sinner em caso de doping
Há um ano, durante o Masters 1000 de Indian Wells, o tenista italiano Jannik Sinner foi suspenso por três meses após dois testes positivos consecutivos para a substância Clostebol. O caso, envolvendo o então número 1 do mundo, reacendeu discussões sobre como o doping é tratado no esporte. O ex-nadador Filippo Magnini, medalhista olímpico e bicampeão mundial, comentou o assunto de forma crítica no MVP – Most Valuable Podcast, traçando paralelos com sua própria experiência no esporte.
Magnini, que conquistou duas vezes o título mundial nos 100 metros livre e foi tricampeão europeu, também enfrentou acusações de uso de substâncias proibidas, mesmo nunca tendo sido flagrado em um exame antidoping e negando o uso de drogas ilícitas. Ele foi suspenso por quatro anos por uso ou tentativa de uso de doping, mas a desclassificação foi anulada em 2020.
“Sinner é um fenômeno, um campeão que inspirou muitas gerações, mas as manchetes dos jornais foram todas a seu favor. A imprensa o protegeu muito, o que é compreensível por ele ser um campeão. Eu fui massacrado”, afirmou Magnini. Sua punição foi baseada no envolvimento com o nutricionista Guido Porcellini, banido por 30 anos por distribuir substâncias dopantes a atletas de alto rendimento.
Tratamento diferenciado
O nadador destacou o tratamento que considera diferenciado dado ao tenista. “Na terça-feira ele testou positivo, na quarta-feira a sentença já saiu. Eu tive que esperar sete anos. Tenho inveja do tratamento particular que ele recebeu, mas também fico feliz pela forma como o estão tratando. Pode ser um dos primeiros casos que faz as coisas parecerem mais justas para os atletas, especialmente quando há situações realmente ridículas. Precisamos evitar o linchamento midiático desde o início, quando ainda não sabemos de nada”, concluiu Magnini.
O caso de Jannik Sinner e a comparação feita por Filippo Magnini ressaltam a importância da transparência e da justiça nos processos de antidoping, buscando um equilíbrio entre a proteção da imagem dos atletas e a garantia de um esporte limpo.
