Carlos Sainz Sr. avalia candidatura à presidência da FIA contra Mohammed Ben Sulayem

Carlos Sainz Sr. avalia candidatura à presidência da FIA contra Mohammed Ben Sulayem

Carlos Sainz Sr., bicampeão mundial de rali, está considerando desafiar o atual presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, nas próximas eleições da entidade. A informação foi divulgada primeiramente pelo Motorsport.com.

Embora alguns fãs de Fórmula 1 o conheçam como o pai de Carlos Sainz Jr., piloto da Williams, Sainz Sr. mantém uma carreira ativa no rally-raid, com destaque para o Rali Dakar. Em 2025, ele competirá pela Ford, após três anos de parceria com a Audi, que resultou em vitória na edição de 2024.

Sainz abandonou a faculdade de direito para se dedicar integralmente ao automobilismo, iniciando sua trajetória nos ralis na década de 1980. Ele se destacou no cenário nacional espanhol, conquistando vitórias pela SEAT. Paralelamente, teve uma breve experiência em monopostos, impulsionada pelo patrocínio da marca de cigarros Marlboro. Sainz chegou às quartas de final do Festival de Fórmula Ford de 1983 em Brands Hatch, abrindo caminho para uma vaga no campeonato de Fórmula Ford 2000 no Reino Unido em 1984.

De volta aos ralis na Espanha, Sainz encerrou sua parceria com a SEAT e, com o apoio da filial espanhola da Ford, conquistou os títulos nacionais de 1987 e 1988 com um Ford Sierra RS Cosworth. Essa parceria também lhe permitiu fazer sua estreia no Campeonato Mundial de Rali (WRC) em 1987.

Com o Sierra, Sainz conquistou o sétimo lugar no Tour de Corse de 1987 e o oitavo no RAC Rally de Gales, tendo Antonio Boto como co-piloto. Em 1988, Luis Moya assumiu o posto de co-piloto, iniciando uma longa e bem-sucedida parceria com Sainz, que assinou com a equipe de fábrica da Ford para quatro eventos. Seus quintos lugares na Córsega e em Sanremo, somados ao seu domínio no Campeonato Espanhol de Rali, chamaram a atenção de Ove Andersson, chefe da Toyota Team Europe e ex-piloto de rali, que contratou Sainz para pilotar o Celica GT-Four da equipe em 1989.

Após um início difícil em 1989, com quatro abandonos nas quatro primeiras provas pela Toyota, Sainz conquistou pódios na Finlândia e em Sanremo. Ele estava perto de sua primeira vitória no WRC em Gales, mas problemas mecânicos o impediram. A primeira vitória de Sainz no campeonato veio em 1990, marcando o início de sua trajetória rumo ao título.

Apesar da rivalidade entre Toyota e Lancia, os pilotos da equipe italiana não participavam de todas as corridas, ao contrário de Sainz. Após sua primeira vitória no WRC no Rali da Acrópole, na Grécia, os pilotos da Lancia não conseguiram impedir seu avanço. Didier Auriol e Juha Kankkunen ficaram 45 e 55 pontos atrás de Sainz, respectivamente.

Kankkunen venceu o título de 1991, com Sainz em segundo lugar. No entanto, Sainz conquistou seu segundo título com a Toyota em 1992, superando o finlandês por 10 pontos.

Em 1993, Sainz trocou de equipe e passou a pilotar o Lancia Delta HF Integrale pela Jolly Club, uma equipe privada, já que a Lancia havia retirado seu apoio oficial no final de 1992. Acredita-se que a decisão foi motivada por um conflito de patrocínio, já que a Toyota havia fechado um acordo com a Castrol, que competia com o patrocínio da Repsol a Sainz.

Sainz conquistou apenas um pódio naquele ano e se juntou à Subaru em 1994 e 1995. Com a equipe japonesa, ele foi vice-campeão em 1994, atrás de Auriol, e lutou contra seu companheiro de equipe Colin McRae em 1995 em uma batalha pelo campeonato marcada por tensões, já que Sainz recebeu ordens de equipe mais favoráveis no Rali da Catalunha daquele ano. McRae acabou conquistando o título de 1995.

Sainz pretendia retornar à Toyota, mas a equipe foi banida em 1996 após um escândalo envolvendo a manipulação do restritor do turbocompressor. Ele passou dois anos na Ford, pilotando o Escort e conquistando três vitórias, além de terminar em terceiro lugar em ambos os campeonatos.

Em seguida, retornou à Toyota para pilotar o novo Corolla. Sainz foi vice-campeão em 1998, atrás de Tommi Makinen, e terminou em quinto lugar no ano seguinte.

Quando a Toyota retirou sua equipe de fábrica, Sainz voltou a se juntar a McRae na Ford. Embora competitivo, Sainz viu suas vitórias diminuírem e conquistou apenas duas nos três anos seguintes, antes de encerrar sua carreira no WRC com a Citroen.

Sua última vitória no WRC foi no Rali da Argentina de 2004, com o Xsara da fabricante francesa. Ele encerrou sua ilustre carreira no campeonato de rali com um pódio no Rali da Acrópole de 2005, em uma campanha parcial.

Nos 20 anos seguintes, Sainz se concentrou principalmente em eventos de rally-raid, conquistando quatro vitórias no Dakar em suas diversas edições. A mais recente foi em 2024, no Audi RS Q e-tron, com o co-piloto Lucas Cruz.

Sua própria equipe também participou da série Extreme E, onde ele dividiu o volante com Laia Sanz antes de ceder o lugar a Mattias Ekstrom em 2023.

Sainz também desempenha um papel fundamental no apoio à carreira de seu filho, Carlos Sainz Jr., que conquistou quatro vitórias com a Ferrari antes de se transferir para a Williams, já que Lewis Hamilton o substituirá em Maranello em 2025.

Agora, Sainz está avaliando se desafiará Ben Sulayem, um homem com quem já competiu em seus períodos no WRC. Dada a controvérsia do atual mandato do presidente da FIA, Sainz pode receber apoio de clubes automobilísticos que buscam uma mudança.

thiago.santos

Sou um estudante de Ciências e Tecnologia, apaixonado por esportes e sempre antenado nas últimas tendências esportivas. Acredito que o futuro está intrinsecamente ligado ao impacto positivo que o esporte pode trazer para a sociedade, e estou empenhado em explorar esse potencial. Além dos estudos, sou um apaixonado por cinema e séries. Nos momentos de lazer, valorizo a companhia dos amigos. Gosto de compartilhar risadas, experiências e construir memórias com aqueles que são importantes para mim. Essa convivência é fundamental para equilibrar minha busca por conhecimento e meu amor pelo universo dos esportes.

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