Oscar, do São Paulo, repudia racismo contra Luighi

O caso de racismo contra o jogador Luighi, do Palmeiras, durante partida contra o Cerro Porteño pela Libertadores Sub-20, gerou forte reação no mundo do futebol. O meia Oscar, do São Paulo, manifestou seu repúdio e exigiu punições para os responsáveis, enquanto a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, anunciou que o clube pedirá a exclusão do Cerro Porteño da competição.
Oscar cobra punição para atos racistas
Em coletiva de imprensa, Oscar expressou solidariedade a Luighi e criticou os recorrentes casos de racismo no futebol sul-americano. “Antes de começar, queria falar sobre o que aconteceu com o jogador do Palmeiras. Estamos dando esse apoio. O que vem acontecendo no futebol sul-americano é crime e esperamos que as pessoas que fazem isso sejam punidas. Ficamos tristes com o que aconteceu com ele. Esperamos que alguma coisa possa acontecer com quem cometeu esse ato de racismo”, disse o jogador do São Paulo.

Oscar ressaltou que, embora os atletas possam se manifestar publicamente, é fundamental que as autoridades ajam para punir os autores de atos racistas. “Podemos fazer nossas manifestações, mas racismo é crime, é uma parte que sai um pouquinho do futebol. É uma parte que a polícia, quem toma conta dos estádios precisa punir as pessoas que cometem esse racismo. A gente apoia muito que as pessoas que fazem o racismo tenham alguma punição”, completou.
Luighi foi alvo de ofensas racistas por parte de um torcedor do Cerro Porteño, que imitou um macaco em sua direção. Além disso, o jogador relatou ter sido cuspido enquanto se dirigia ao banco de reservas. Em entrevista após a partida, Luighi desabafou: “Não, não. É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu hoje comigo? É sério? Até quando vamos passar por isso? Me fala, até quando? O que fizeram comigo é crime, não vai perguntar sobre isso?”
Palmeiras exige exclusão do Cerro Porteño
Leila Pereira, presidente do Palmeiras, também se manifestou sobre o caso, informando que o clube pedirá a exclusão do Cerro Porteño da Libertadores Sub-20. A dirigente criticou a postura do árbitro da partida, que não paralisou o jogo no momento da agressão. “Ele não cumpriu com uma determinação da Fifa”, afirmou Leila.
“Vamos requisitar a exclusão do Cerro Porteño da competição. Porque não é a primeira vez que esse clube ataca nossos atletas, nossos torcedores”, acrescentou a presidente, referindo-se a incidentes ocorridos em 2022 e 2023, quando torcedores do Palmeiras foram alvo de imitações de macaco e atletas foram chamados de macacos.
Segundo Leila Pereira, os advogados do Palmeiras estão trabalhando em conjunto com a CBF para definir as medidas cabíveis e efetivas a serem aplicadas. A presidente também expressou sua frustração por não conseguir contato com o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, afirmando que a entidade tem sido “muito displicente em relação a esses fatos”.
A Conmebol informou que medidas disciplinares serão implementadas e que outras ações estão sendo avaliadas com especialistas. A CBF também se manifestou, afirmando que representará à Conmebol cobrando “rigor nas punições”.
O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais, com diversos clubes e jogadores manifestando apoio a Luighi e repudiando o racismo. Entre eles, Rony, do Atlético-MG; Dudu, do Cruzeiro; Felipe Melo, aposentado; Oscar, do São Paulo; Richarlison, do Tottenham; e Vini Jr, do Real Madrid.