Adrian Newey explica a saída da Red Bull e o novo desafio na Fórmula 1

Adrian Newey explica a saída da Red Bull e o novo desafio na Fórmula 1

Adrian Newey detalhou os motivos que o levaram a deixar a Red Bull Racing e aceitar um novo desafio na Fórmula 1. Após 18 anos na equipe de Milton Keynes, marcados por oito títulos de pilotos e seis de construtores, Newey decidiu encerrar sua parceria em abril, apenas um ano depois de assinar um novo contrato.

O engenheiro britânico revelou seu desconforto com as disputas de poder dentro da alta hierarquia da Red Bull. Além disso, ele expressou insatisfação com os comentários do chefe de equipe Christian Horner, em entrevista à Motorsport.com, onde Horner afirmou que a equipe técnica liderada por Pierre Wache não dependia mais de Newey.

Em entrevista à Auto Motor und Sport, Newey admitiu ter passado por um período de reflexão antes de tomar a decisão de se juntar à Aston Martin. “Se você me dissesse há 12 meses que eu deixaria a Red Bull e começaria de novo, eu diria que você estava louco”, comentou Newey. “Mas por várias razões, senti que não seria honesto comigo mesmo se permanecesse na Red Bull.”

Adrian Newey deixou a Red Bull após 18 anos e múltiplos títulos na F1
Adrian Newey deixou a Red Bull após 18 anos e múltiplos títulos na F1 (Imagem: Aston Martin F1)

Newey enfatizou que a decisão não foi motivada por questões financeiras e que ele poderia simplesmente se aposentar. A motivação principal foi encontrar algo que lhe proporcionasse mais prazer na vida. “A realidade é que eu sempre quis ser designer de carros de corrida desde os 10 anos, e tive a sorte de alcançar isso. Quero continuar trabalhando e fazendo o que sempre gostei.”

A queda de desempenho da Red Bull

A saída de Newey da Red Bull, oficializada em 1º de maio, coincidiu com uma queda no desempenho da equipe. Sergio Perez obteve seu último resultado entre os cinco primeiros na corrida seguinte em Miami, e Max Verstappen venceu “apenas” cinco das 19 provas seguintes, apesar de conquistar seu quarto título mundial consecutivo.

Pierre Wache, diretor técnico da Red Bull, revelou que um dos principais problemas enfrentados pela equipe foi a discrepância entre os dados de CFD (Dinâmica de Fluidos Computacional) e simulador com o que acontecia na pista. Isso fez com que as atualizações do carro não fossem tão eficazes quanto o esperado, causando problemas de equilíbrio, especialmente.

“No final de 2023, o carro começou a ficar mais difícil de pilotar”, explicou Newey. “Max conseguia lidar com isso, mas não era o ideal. Checo não conseguia.” Segundo Newey, essa diferença de desempenho entre os pilotos se acentuou no início de 2024, apesar do carro ainda ser rápido.

Newey expressou preocupação com essa situação, mas aparentemente, poucas pessoas na organização compartilhavam da mesma apreensão. Ele acredita que a equipe continuou na mesma direção, e o problema se tornou mais grave, afetando até mesmo Verstappen. “Do que posso ver de fora, sem crítica nenhuma, talvez por falta de experiência, eles seguiram na mesma direção e o problema se tornou mais agudo, a ponto de até Max ter dificuldade para pilotar.”

A análise de Newey corrobora com as declarações de Wache, que admitiu que a equipe percebeu o problema, mas inicialmente hesitou em fazer grandes alterações no carro. “Quando voltamos para a Europa e fomos mais desafiados pela McLaren, tornou-se mais evidente que esse era um dos nossos maiores problemas”, disse Wache.

Newey se juntará à Aston Martin em 1º de março, após o período de licença, e vê semelhanças entre esse novo projeto e a jovem equipe da Red Bull que ele integrou em 2006. “A Red Bull era muito diferente, pois era como as cinzas da Jaguar, uma equipe que nunca havia alcançado muito. Não era só o lado do design, mas também desenvolver a infraestrutura, as comunicações, a metodologia, o espírito de equipe”, explicou Newey. Ele suspeita que a Aston Martin tenha uma situação mais próxima do que a Red Bull apresentava inicialmente.

thiago.santos

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